A série Everybody Hates Chris, escolhida para o presente estudo, foi produzida por CR Enterprises e 3 Arts Entertainment e exibida nos Estados Unidos entre 2005 e 2009. Inspirada na adolescência do comediante Chris Rock, a série é uma comédia que retrata os desafios e experiências vividas por Chris durante sua juventude. A história se passa entre 1982 e 1987, no bairro de Bedford-Stuyvesant (Bed-Stuy), no distrito do Brooklyn, em Nova York. A narrativa é construída a partir de uma perspectiva dupla: Chris Rock narra os acontecimentos em primeira pessoa, oferecendo explicações e comentários humorísticos, enquanto a série retrata sua versão adolescente em terceira pessoa.

O enredo da série gira em torno da vida familiar de Chris e de seu cotidiano como adolescente. Além de Chris, os principais personagens incluem sua mãe Rochelle, seu pai Julius, seus irmãos mais novos Drew e Tonya, e seu melhor amigo Greg Ulliger. A série aborda, de forma cômica e crítica, questões como os preconceitos enfrentados por Chris, especialmente na escola, onde era o único aluno negro, e as dificuldades econômicas e sociais vividas por uma família afro-americana de baixa renda nos Estados Unidos dos anos 1980.

No Brasil, a série foi transmitida sob o título Todo Mundo Odeia o Chris, onde rapidamente se tornou um grande sucesso. Estreou em 2006 no canal pago Sony Entertainment Television e, posteriormente, foi exibida em rede aberta pela Record TV, conquistando uma vasta audiência. No Brasil, a série alcançou o status de fenômeno cultural, sendo amplamente reconhecida pela criatividade de sua dublagem, que adaptou o humor da série ao contexto local, gerando grande identificação com o público.

Além de seu impacto na televisão, Todo Mundo Odeia o Chris se tornou um fenômeno nas redes sociais brasileiras, com inúmeras cenas e falas sendo transformadas em memes e referências culturais. A série continua a ser reprisada com frequência, permanecendo relevante na cultura popular brasileira devido à sua abordagem bem-humorada de questões universais como racismo, dificuldades financeiras e as dinâmicas familiares e escolares.

Esse contexto de identificação do público brasileiro com os temas abordados na série, aliado à adaptação bem-sucedida do humor para a realidade local, explica o sucesso duradouro de Todo Mundo Odeia o Chris no país.